SUSpirando.

Discurso (d-i-s-c-u-r-s-o) de empatia, disponibilização dos directs para diálogos de pessoas em sofrimento psíquicos, o abandono da cientificidade…São características dos comportamentos apresentados nas redes sociais. Não que a formação acadêmica seja algo que determine sobre quem deve abordar tais questões, acho que todos devem se informar e ler sobre variados assuntos, se atentando as fontes. Para assim criarmos diálogos embasados e críticos.

Foto: acervo Casa de Oswaldo Cruz/ Fiocruz
Abordamos conteúdos ligados à saúde sempre mencionando patologias, com a possível destruição do SUS e os retrocessos na reforma psiquiátrica que afetam diretamente a RAPS (Rede de Atenção Psicossocial), vale lembrarmos que em 1986 ocorreu a 8ª Conferência Nacional de Saúde, onde obtemos o conceito de saúde ampliado:

“Em sentido mais abrangente, a saúde é a resultante das condições de
alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho,
transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos
serviços de saúde. É, assim, antes de tudo, resultado das formas de
organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades
nos níveis de vida.” (p. 4).

Ou seja, devemos nos opormos a privatização da saúde e compreendermos que a mesma se encontra em todos os aspectos da nossa vida, buscando meios de produzi-la e formas de estender o acesso para todos (sendo este um dos princípios do SUS),com serviços que fujam de uma lógica centrada no saber médico. É dever nosso não naturalizar as problemáticas dessa época -transtorno de ansiedade, alimentares e depressão- as quais não devem ser nossas marcas, somos além disso. Não somos rótulos, diagnósticos ou consumos. Há uma pluralidade de existências, marcadas ferrenhamente pela luta de classes! Se começarmos a traçar caminhos que nos tirem do aconchego de um assento confortável e uma boa wi-fi passando assim a ocuparmos e disputarmos lugares que nos são negados, fazendo deles não palanque de vaidade mas de combatividade substancial, que modifique a ordem, que traga ao ar esperança,e pequenos passos que se fortaleçam coletivamente, no dia a dia, construindo e expandindo novos sentimentos de pertença.
É mais que urgente deixarmos de respirar por aparelhos e retomarmos as rédeas dos ares,se trabalham com cortinas de fumaça que lancemos fogos nas estruturas e nas ideias dominantes,para que possamos incendiar essa mercantilização da vida.

Sem fastio,com fome de tudo.”
Fome de Tudo- Nação Zumbi




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